Júri de acusado de matar mulher em hotel de Piracicaba é adiado
Laise Vieira de Andrade, encontrada morta em quarto de hotel em Piracicaba Reprodução/EPTV Foi adiado o júri popular do acusado de matar Laise Vieira de Andr...

Laise Vieira de Andrade, encontrada morta em quarto de hotel em Piracicaba Reprodução/EPTV Foi adiado o júri popular do acusado de matar Laise Vieira de Andrade, de 33, anos, em um quarto de hotel de Piracicaba (SP), que estava marcado para esta terça-feira (5). Marcelo Maciel responde pelo crime na prisão. LEIA MAIS: Câmeras flagram suspeito saindo de hotel onde corpo de mulher foi encontrado; VÍDEO Imagens mostram vítima de feminicídio minutos antes de crime em quarto de hotel Suspeito de matar mulher em hotel de Piracicaba é preso "O julgamento realizado em 6 de agosto foi suspenso após o intervalo de almoço, em razão da ausência dos advogados de defesa, que não retornaram no horário previamente estabelecido e não apresentaram justificativa, mesmo após 30 minutos de tolerância", informou o Juízo da Vara do Júri e Execuções Criminais de Piracicaba, em nota. Diante da situação, o juízo informou que dissolveu o Conselho de Sentença, declarou o réu indefeso, oficiou à OAB e aplicou multa aos advogados, pela necessidade de ressarcimento dos custos públicos decorrentes da interrupção do julgamento. Com a suspensão, uma nova data será definida para a realização do júri. Uma das assistentes de acusação contratada pela família da vítima, a advogada Rita de Cássia Barbuio lamentou o ocorrido. “Afinal, os pais da vítima estão sofrendo muito e desejam que se faça justiça com a condenação do réu. Eles, os pais, morreram um pouco junto com a filha assassinada e esperavam encerrar hoje essa fase de muito sofrimento, com a condenação do autor”, afirmou a defensora. Questionado sobre o ocorrido pelo g1, o advogado de defesa José Silvestre da Silva informou apenas que será redesignada outra data. Imagens mostram suspeito deixando hotel onde mulher foi encontrada morta em Piracicaba Entenda o caso O crime ocorreu em 29 de novembro de 2022. De acordo com funcionários, o casal iniciou a hospedagem no hotel em 17 de novembro e prorrogou a estadia por algumas vezes sob justificativa de que a casa deles estava em obra. Câmeras de segurança mostram o homem de saída, no térreo do hotel (assista ao vídeo acima). Segundo relatos à Polícia Civil, ele afirmou a funcionários do estabelecimento que Laise estava descansando e não era para incomodá-la. Após deixar a hospedagem, imagens de outra câmera mostram ele correndo por uma rua nas imediações. Sinais de asfixia A vítima foi encontrada no quarto, já sem vida, com sinais de asfixia. De acordo com relato dos policiais civis que localizaram o corpo, o cômodo estava bagunçado e o interfone teve os fios cortados. De acordo com a Polícia Civil, após sair do hotel, Maciel foi ao escritório de seu advogado, onde assumiu o crime, e depois fugiu. Câmeras flagraram suspeito em hotel de Piracicaba Polícia Civil O advogado ligou para a delegada Olívia dos Santos Fonseca, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Piracicaba, e informou sobre a confissão. O suspeito foi preso três dias depois. Segundo o cabo Padron, da Força Tática da Polícia Militar, ele ficou escondido em uma casa abandonada e sem móveis, dormindo em um colchão, até decidir se entregar. Ciúmes motiveram crime, diz acusação De acordo com a acusação, os dois mantinham um relacionamento amoroso e o crime foi cometido porque o acusado não aceitava que Laise mantivesse contato com outros homens. Marcelo foi denunciado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) por feminicídio por motivo torpe, com emprego de meio cruel e com recurso que dificultou a defesa da vítima, e também por tortura. Polícia prende suspeito de matar mulher em quarto de hotel em Piracicaba O que dizem os advogados do caso Advogado de defesa de Maciel, José Silvestre da Silva afirma que ele admite o crime, está arrependido e alega que foi extorquido pela vítima. Também diz que o desentendimento não foi conjugal, como afirmado pela polícia, mas por causa das supostas extorsões. Durante o trâmite da ação, o defensor informou que desejava que uma junta psiquiátrica avaliasse se as supostas ameaças teriam influenciado o homicídio. Na terça-feira (5), Silvestre afirmou ao g1 que o pedido não foi aceito pela Justiça. Os advogados Rita de Cássia Barbuio, José Roberto Pereira e Natália de Paula Medeiros, que são assistentes de acusação e representam a família de Laise no caso, ressaltaram que foi comprovado que o caso se trata de homicídio e que foi identificado o autor. Também afirmaram que a vítima foi "cruelmente morta". Ainda relataram que, antes dos fatos, a vítima já havia solicitado medida protetiva diante da violência do acusado e que os argumentos apresentados em sua defesa não foram provados durante o andamento do processo. Suspeito de feminicídio em Piracicaba é preso Rodrigo Pereira/g1 Medida protetiva A Polícia Civil localizou um boletim de ocorrência de ameaça registrado pela vítima em 2022, quando ela solicitou medidas protetivas de urgência. No entanto, também conforme o boletim de ocorrência, a medida protetiva foi revogada pela Justiça após informação da Ronda Patrulha Maria da Penha de que o casal estava mantendo contato por livre e espontânea vontade de ambos. Veja mais notícias no g1 Piracicaba